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A História Local no Processo Ensino-Aprendizagem: Perspetivas, Contributos e Desafios

Artigo por Mário Silva - Professor de História do AE de Benavente e formando da ação

Está a decorrer (entre janeiro e março) na Escola Secundária de Benavente, esta ação que tem a história local como pano de fundo. Uma iniciativa inédita, com um modelo diferente e nunca antes posto em prática, e que, por isso mesmo, trouxe desafios e exigências acrescidas a este Centro de Formação EDUCATIS.
Estão inscritos 31 formandos, divididos por duas turmas. São docentes dos grupos 200 e 400, provenientes das escolas desta sub-região - Benavente, Coruche e Salvaterra de Magos.
As temáticas abordadas nas sessões incidem sobre aspetos da realidade histórica de cada um destes três concelhos. Há, por conseguinte, uma intencionalidade de divulgar os trabalhos de investigação e de mobilizar, de forma transversal, o conhecimento deste território sul-ribatejano.
Outra das novidades é o número de palestrantes/oradores que participam e intervêm ao longo dos vários módulos nesta acção de formação. Há docentes, ainda no ativo; há professores aposentados; há investigadores; arqueólogos, técnicos superiores dos museus, etc., num esforço conjunto de carrear informação e mobilizar conhecimento sobre o passado histórico destes três concelhos e até da sua relação com a história regional e nacional.
Relativamente à presença e colaboração das três autarquias, através dos respetivos museus, ela tem sido determinante. Aliás, sem essa colaboração não teria sido possível implementar este modelo de formação. Tal colaboração e parceria consubstanciou-se, quer na participação dos técnicos e investigadores e arqueólogos como palestrantes, quer no transporte dos formandos aquando das saídas de campo, quer na organização das visitas ao terreno.
De resto, do conjunto das 25 horas, introduzimos uma dupla componente: teórica (nas sessões) e prática (nas visitas guiadas em cada um dos concelhos).
E para tornar mais consistente e dar coerência a esta abordagem transversal, procurámos seguir uma linha cronológica. Da Antiguidade à época contemporânea, foram trazidos à colação temáticas – as mais diversas – que trouxeram, mais uma vez, a ideia de transversalidade, um fio condutor através do qual melhor se compreende a evolução de um território ao longo dos séculos.
Por fim, mas não em último, há que sublinhar a presença de vários saberes e disciplinas. Além da História, contámos também com o contributo sempre precioso da arqueologia, da antropologia, da etnografia…
Saber se vai ser possível, ou não, retomar uma formação deste tipo, o futuro o dirá.

(Imagens: Visita de estudo à Companhia das Lezírias e a Benavente)

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